O governo deve conceder empréstimo a inscritos no Bolsa Família, e está avaliando a criação de um pequeno programa de empréstimos para atender aos beneficiários do programa.
Serão emitidos empréstimos com valores que variam de R$ 500 a R$ 1.000.
Em contrapartida ao fim do auxilio emergencial da pandemia que termina este ano, o governo estuda outras medidas de apoio a esse grupo mais carente, como auxílio-creche mensal de R$ 52 e bônus de até R$ 1.000 para alunos destacados.
Não está claro se o financiamento do empréstimo virá do governo federal ou de recursos orçamentários da Caixa. O orçamento inicial do plano não deve ultrapassar 2 bilhões de reais.
O presidente do banco público, Pedro Guimarães afirmou que pretende transformar o Caixa Tem em um banco digital e realizar uma oferta pública inicial. Entre os produtos que ele quer oferecer aos correntistas estão as microcrédito, com empréstimos de até R$ 1.000.
Caso o governo opte por utilizar recursos orçamentários para o plano, a ideia é organizar o fundo com os recursos criados para o Pronampe (plano nacional de apoio às micro e pequenas empresas).
Além disso a equipe econômica avaliou também se o risco de crédito da operação será de 100% do fundo ou se será alocado na Caixa.
Alerta sobre o empréstimo a inscritos no Bolsa Família
Apesar de discutir o andamento do programa, os técnicos da equipe econômica alertaram o ministro da Cidadania, Onyx Lorezoni, gestor do Programa Bolsa Família, que é preciso considerar essa medida com atenção, para que os microcrédito se torne algo que levará apenas ao consumo imediato, sem o uso consciente dos valores.
De acordo com dados do Banco Central, a inadimplência para microcrédito é muito baixa, chegando a 2,4% em outubro.
Contudo esse índice é inferior à taxa geral de inadimplência para pessoas físicas, que atingiu 3,1% no mesmo mês. Na base de comparação, a taxa de juros do crédito pessoal atingiu 5,7%.
De acordo com dados do Banco Central, o investimento total em microcrédito de todos os bancos que operam dessa forma é de apenas 6,8 bilhões de reais.
Governo já oferece empréstimo a inscritos no Bolsa Família
A princípio o Ministério da Cidadania já oferece aos beneficiários do Cadastro Único e do Bolsa Família cursos de capacitação gratuitos e a possibilidade de obtenção de microcrédito por meio do programa Progredir.
No entanto, a avaliação do pessoal técnico do Ministério da Cidadania é que o nível de adesão tanto aos cursos quanto ao microcrédito é muito baixo.
Por um lado, os participantes do Cadastro Único e os beneficiários do Bolsa Família não encontraram motivação para se capacitarem. As instituições financeiras que cooperam com programas de microcrédito não recebem solicitações dos participantes nem oferecem incentivos para os empréstimos.
